Sempre os anos entre nós. Sempre os anos. Sempre o amor. Sempre as horas. (Virginia Woolf)
Priscila e Filipe se conheceram no curso de formação de voluntários da ONG Centro de Valorização à Vida (CVV), uma instituição que oferece apoio emocional para prevenção ao suicídio. Filipe era um dos facilitadores e Priscila uma dos cursistas. Eles foram se aproximando e, quando o curso encerrou, Felipe logo a chamou para sair.
Felipe nos pediu licença para enfeitar e contar o relato ele mesmo e, democráticas que somos: conta aí Filipe!
Em um dos encontros foi devolvida à Priscila sua câmera, na bolsa própria. Ao final das atividades daquele dia, perguntei o que tinha na bolsa, ela disse que era uma câmera. Perguntei se ela fotografava. Ela procurou ser humilde, explicar que estudou um pouco de fotografia para registrar elementos de suas pesquisas e, para pontuar a humildade, fez um sorriso um pouco sem graça. Pensei: uma garota com um sorriso desses… Vou ter que chamar pra sair. Encerrado o curso, fiz o convite e, a certa altura do encontro, passamos em um lugar para comer alguma coisa. Sobre a mesa, estavam os sachês de açúcar, adoçante etc. A Priscila comentou sobre as embalagens de açúcar, que eram verdes com um animal no verso, alguma das espécies que o canavial afirmava tentar preservar. Ela disse algo como: A indústria sucroalcooleira precariza a mão de obra rural, derruba o bioma nativo e depois põe o resultado em um saquinho verde com um animal pra fingir que tá tudo bem. Pensei: Uma garota que diz esse tipo de coisa… Acabou-se a procura. Encontrei. É essa.
Para o pedido, Filipe planejou algo discreto e intimista, então levou Priscila à quadra modelo, localizada na 308 da Asa Sul, porque sabia que era um lugar especial para ela. Para não levantar suspeitas, escondeu as alianças em um pote de paçoca. Isso mesmo, um pote de paçoca! “Estamos rindo muito imaginando ele tendo essa ideia”. Logo que chegaram na quadra, surgiu um saxofonista tocando My Way, mas o mais impressionante é que ele não havia sido contratado. Tudo não passou de uma coincidência! Priscila já estava achando todo o encontro pra lá de estranho, quando Filipe a surpreendeu com o pedido. Uau, que missão!
O processo de organização durou cerca de 8 meses, e o casal conta que não fazia ideia de quanto o planejamento do evento demandaria.
Uma das primeiras reuniões do casal foi com o fotógrafo e cinegrafista Gabriel Ribeiro, já que eles não tinham a menor dúvida de que ele seria o responsável por registrar esse dia mais que especial.
Logo em seguida o casal se encontrou com a Aline Guimarães, que foi uma verdadeira fada. Sem ela, não seria possível organizar todos os detalhes com tanto cuidado, já que o casal não teria tempo nem a percepção necessários para saber o que é indispensável a um evento assim, haja vista o casal fazer questão de um cardápio impecável para os convidados ficarem plenamente satisfeitos; um vestido de noiva glorioso: uma rara chance de vestir alta costura; e fotos que alcançassem um elevado apuro tanto na técnica, quanto na sensibilidade.
O projeto da decoração do casamento foi desenvolvido pela arquiteta e decoradora Rafaela Orlandini, do Patú Anú. O ponto alto estava no Capim dos Pampas, planta
muito presente nas lembranças pueris de Priscila no Rio Grande do Sul. O charme da decoração ficou por conta do contraste do verde abundante, presente no belo paisagismo local, com os tons de bege, dourado e marrom das plantas secas utilizadas. O resultado foi um estilo rústico sofisticado, sem cair no boho ou no hippie.
O vestido escolhido pela noiva foi inspirado na coleção de alta costura Primavera-Verão 2017 Whispers, do designer saudita, radicado no Líbano, Mohammed Ashi (Ashi Studio). Priscila queria muito a solidez de um vestido estruturado com zibeline, sem abrir mão da leveza da seda pura. Queria ter presença cênica e performar feminilidade, sem usar nenhum decote, roupa justa ou com muito brilho. O resultado foi um vestido impecável, uma verdadeira joia, que esculpia o corpo estrategicamente, revelando uma grata surpresa a cada ângulo observado. Uma verdadeira obra-prima, longe de qualquer
clichê da moda nupcial.
A cachorrinha do casal, uma buldogue francês chamada Kiki, foi quem levou as alianças durante a cerimônia e também usou uma roupa inspirada no vestido da noiva. A trilha sonora da cerimônia foi inteiramente pensada: cada uma das músicas escolhidas têm um significado especial para o casal. A noiva entrou ao som de um arranjo de Young and Beautiful, da Lana del Rey. O noivo entrou ao som de Highland Cathedral. E para deixar tudo ainda mais apaixonante e intimista, todas as músicas foram tocadas pelo Trio Filarmônico Casa Corba, composto por familiares e amigos do casal. Imagina só a emoção!
DICA DOS CASAL O casamento é o primeiro grande projeto de um casal – e não apenas da noiva. Nos meses que antecederam o evento ouvimos alguns homens dizerem orgulhosos que a esposa planejou tudo sozinha e que a única responsabilidade era se vestirem e comparecerem ao evento. Ora, esse é o papel do convidado e não do futuro marido. O segredo do êxito do nosso projeto é que ele, do começo ao final, foi resultado de uma verdadeira parceria, como o nosso relacionamento.
A outra dica, especialmente em tempos de redes sociais e influenciadores com casamentos de orçamentos milionários, é buscar referências, inspirações, sem se comparar. Lembrem-se sempre de quem são, de onde vieram e onde querem chegar para não ficarem ainda mais ansiosos no processo de planejamento.
FORNECEDORES VIP NOIVAS |
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Demais Fornecedores – Local: Patú Anú│Vestido da Noiva: Fernando Peixoto Atelier│Bouquet: Rafaela Orlandini (Patú Anú)│Jóias da Noiva: Ara Vartanian e Zara│Sapato da Noiva: Michael Kors e Badgley Mischka│Alianças: Brazil & Murgel│Abotoaduras do noivo: Isabela Nasser│Cabelo e maquiagem: Jackeline Monteiro │Fotógrafo: Plínio Ricardo│Filmagem: Salinha Filmes│Decoração: Rafaela Orlandini│Música cerimônia: Trio Filarmônico Casa Corba (Caxias do Sul)│Música festa: DJ Emilton (Sonore)│Buffet: Patú Anú│Bolo e Doces: Clotilde Doces